quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

COMO COMEÇAR A ESCREVER UM LIVRO?



Escrever para ser publicado é diferente de escrever para si próprio.
Quando escrevemos para nós mesmos, como um diário ou reflexões, estamos usando a escrita para pensar. É um ótimo método para esclarecer questões, visto que no papel mesmo as situações mais complicadas vão se organizando. Não é à toa que tantos terapeutas sugerem a seus clientes escreverem um diário. É muito bom para a cabeça produzir textos sobre o que é importante para nós.
Quando escrevemos para ser publicados, estamos escrevendo para outras pessoas. O foco passa a ser a necessidade dos leitores e não mais as nossas como escritores.
Quando escrevemos para nós, está certíssimo preenchermos nove páginas pesando os prós e os contras de determinada pessoa por quem estamos interessados. Quando escrevemos para os outros, precisamos cortar tudo que não seja interessantíssimo e contribua para o andamento da história, o que provavelmente transformaria todas aquelas dúvidas em um único e curto parágrafo.

É um difícil exercício escrever para ser publicado, porque em geral a gente gosta do que escreve, acha tudo importante e pensa que todo mundo vai gostar também.

Só que isso não é verdade. As pessoas selecionam os livros de acordo com o que estão passando, as dificuldades que estão vivendo. Algo fascinante para nós pode ser o máximo do tédio para um leitor.

Por outro lado, não podemos ter medo. Escrever para os outros é um ato de coragem, de se expor. Quanto mais honestidade a gente coloca no texto, quanto mais ridículo e perdido a gente se apresenta, tanto mais fácil os leitores gostarem da gente.

Quando escrevemos, temos também muita ansiedade a respeito do resultado. Queremos ficar famosos, ser elogiados, de repente até ganhar um dinheirão. É bom saber que a maioria dos escritores não fica nem rica nem famosa, e que nenhum escritor conhecido fez sucesso com o primeiro livro. Nenhum mesmo!

Portanto, vá com calma. Faça o que pode, não pense nos resultados, e vá escrevendo um pouco sempre. Querer escrever o primeiro livro e imaginar que ele vai ser o próximo Harry Potter é pedir para ficar decepcionado. É bem melhor publicar um artigo numa revista aqui, um poema numa coletânea ali e não ter expectativas loucas.

Mas como podemos saber o que dá para ser publicado?

Existem alguns requisitos mínimos para produzir um texto publicável, isto é, que venha a interessar um editor. Se cumprirmos todos, isso não é garantia de que nosso texto será aceito por um editor, mas já é meio caminho andado!

Abaixo estão algumas sugestões para fazer com que os seus escritos fiquem bons:


• Prestar atenção ao que está acontecendo em volta.
A escrita que mais interessa é aquela que fala das preocupações, angústias e felicidades das outras pessoas – e não só as suas – hoje. Os editores desejam obras conectadas com o público, que falem do que importa.
• Falar do que conhece.
Se você é um adolescente que mora numa cidade do interior e nunca viajou para fora do país, não pode escrever uma aventura que se passe em Paris. Vai parecer falsa. Nem dar conselhos para os mais velhos. Você tem de falar do que entende, do que já viveu em primeira mão, do que conhece muito bem.
• Ler muito.
Para escrever bem, você precisa ler todo tipo de literatura, inclusive novos autores brasileiros, romances esquisitos de autores de quem você nunca ouviu falar, arriscar poetas novos. Se você não souber o que os outros estão pensando e publicando, será difícil escrever algo criativo e diferente.
• Escrever muito e sem erros.
Para escrever bem, é preciso escrever todo tipo de coisa, inclusive cartas e emails, com clareza e sem erros ortográficos. Não adianta pensar que o corretor ortográfico ou o revisor vai corrigir seus erros, você precisa saber o que é certo, qual palavra é a melhor numa frase.
• Passar por um crivo de leitores críticos.
Sua mãe não vale, nem seus primos. O que é preciso é ir expondo seus textos a vários leitores que não tenham nenhuma amizade por você e possam fazer críticas. Um site na internet, um artigo numa revista podem dar o tipo de resposta que você precisa. Mas não adiante ficar pescando elogios, é preciso pescar os problemas para saber onde melhorar!
• Jogar fora nove décimos do que originalmente escreve.
Você mesmo tem de selecionar o que é bom e o que é mediano entre os seus escritos, não adianta achar que tudo merece virar livro porque ninguém escreve só maravilhas. Até Guimarães Rosa deixou um monte de coisa na gaveta...
• Amar a língua portuguesa.
A escrita é para aqueles que amam a língua. Não dá para escrever um livro querendo fazer um vídeo ou ficando com preguiça de aprender novas palavras. A língua é a ferramenta do escritor. Como o pintor ama as tintas, o escritor precisa ter fascínio pelas palavras.
• Confiar em si mesmo.
Quando você escreve, acredita que tem algo a dizer. Continue acreditando sempre nisso e busque a melhor maneira de ser autêntico. Editores querem escritos verdadeiros, não materiais artificiais montados para agradar. Faça com o coração que é sempre mais verdadeiro.


BY http://www.escrevaseulivro.com.br/escreva/como-comecar-a-escrever.html

terça-feira, 3 de julho de 2012

Crise assombra o Oeste

Fonte Diário Catarinense...


Crise assombra o Oeste
DARCI DEBONA
Produtores estão abandonando a atividade e 10 cidades decretaram situação de emergência
Criadores com suínos gordos sem ter para quem vender, criadores chorando por ter que abandonar a atividade que exerciam há décadas, gente com dívidas que não consegue pagar, chiqueiros que estão sendo transformados em estufa, galinheiro ou então depósito e municípios decretando situação de emergência.
Esta é a realidade da suinocultura catarinense, uma das principais atividades econômicas do Estado, que somente em exportações movimentou US$ 452 milhões no ano passado.
A situação da família Altenhofen, de Xavantina, é desesperadora. Eles acumulam uma dívida de R$ 200 mil com a criação e agora estão vendendo a terra. No mês passado, Natalino Altenhofen entregou as 80 reprodutoras por um real ao quilo, pois não tinha mais milho para alimentar os animais. Sobraram quatro porcas de descarte e oito vacas de leite, que dão o sustento para a família.
Um filho que ajudava na criação foi trabalhar de empregado em outra propriedade. A filha Rosane, que ainda está em casa, pensa em ir trabalhar de diarista ou numa padaria. E o casal Natalino e Rosália tenta vender a propriedade por um valor que, pelo menos, cubra as dívidas.
– Senão vamos pra debaixo da ponte – afirma Altenhofen, que está com 65 anos e ainda enfrenta problema de saúde em um olho e nos rins.
Nas últimas duas semanas, 10 municípios decretaram situação de emergência: Braço do Norte, Seara, Xavantina, Grão Pará, Arroio Trinta, São Ludgero, Salto Veloso, Lindoia do Sul, Orleans. Ontem foi a vez de Concórdia decretar emergência. Outros municípios estudam a mesma medida.
Os decretos precisam ser reconhecidos pela Defesa Civil, mas o principal objetivo, segundo o secretário de Agricultura de Concórdia, Márnio Cadore, é dar apoio aos produtores e sensibilizar as autoridades, pois as perdas do setor impactam também na economia destes municípios, com reflexo no comércio e na arrecadação.
– O primeiro impacto é no social, mas depois começa a influenciar na arrecadação – explica o secretário de Agricultura de Seara, Fred Müller.
– Se o governo não der uma mão, a suinocultura está com os dias contados – sentencia o produtor Sigmar Ruppenthal, que está com cerca de 700 leitões e não consegue vendê-los.
Ele entregava os animais com oito quilos e alguns já estão com quase 40 quilos.
– Ninguém quer – lamenta.
Ruppenthal vendeu suínos a R$ 2,50 por quilo há um ano e, recentemente, negociou algumas reprodutoras a R$ 0,94 por quilo. Ele diz que as economias que tinha acumulado se foram, pois a despesa mensal na criação é de R$ 28 mil a R$ 30 mil.
O suinocultor Moacir Mattielo decidiu que vai terminar com a criação. Ele tinha 70 porcas e restam apenas 30, que devem ser vendidas até o final do ano.
– Não tem mais o que fazer – decreta.
Seu filho, que ajudava na criação, foi trabalhar na cidade de Seara. E um dos chiqueiros que Mattielo tinha está sendo desmanchado.
– Vou fazer uma estufa para cultivar tomate – diz.
Para o diretor da Embrapa Suínos e Aves, de Concórdia, Dirceu Talamini, o aumento na produção nacional e o excesso de suínos no mercado, aliados às restrições da Argentina, fizeram o preço despencar. Por outro lado, os custos de milho e soja aumentaram muito. A Embrapa calcula o custo em R$ 2,57 por quilo, para uma remuneração de R$ 1,90.
O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos, Losivânio de Lorenzi, afirma que SC já teve 70 mil suinocultores na década de 1970 e hoje tem cada vez menos. Só neste ano, 240 produtores desistiram. O setor pede ao governo federal a renegociação de dívida e financiamento de R$ 500 por matriz para manter os plantéis. Também querem subsídio de 67 centavos por quilo de suíno vendido, que é a diferença entre o custo e o preço de mercado.
Saída é transferir a criação
A cada crise, Santa Catarina vai perdendo produtores especializados na criação de suínos. Alguns abandonam a atividade, outros vão tentar a sorte longe de casa. É o caso de Adair Cella, que há cinco anos fechou os chiqueiros em Chapecó, onde tinha 200 fêmeas que produziam 4 mil leitões por ano. Ele e mais seis sócios, sendo cinco do Oeste de Santa Catarina e dois que estavam no Mato Grosso, montaram uma granja de suínos em Tapurah (MT).
Foram investidos R$ 30 milhões na estrutura, que abriga 170 funcionários e uma produção de 324 mil suínos por ano. Cella diz que a opção foi em virtude das dificuldades ambientais e custo de produção, já que o milho é mais barato no Centro-Oeste.
Modelo está com os dias contados
Além disso, no Mato Gosso o modelo de produção é diferente. Em Chapecó, ele era responsável pelos insumos e lá a remuneração é por leitão produzido, sendo que os insumos e assistência técnica são bancados pela agroindústria.
Ele vê que o antigo modelo de produção familiar, em pequena escala, não sobreviverá. Na comunidade de Colônia Cella, onde continua morando com a família, Adair lembra que, em menos de 10 anos, restaram apenas cinco dos mais de 20 criadores de suínos da região.
– Se eu tivesse ficado aqui, teria fechado igual o chiqueiro – lembra.
Chiqueiro vira loja de roupa
A estrutura de uma propriedade modelo na criação e suínos na década de 1970, na Linha Fragosos, em Concórdia, atualmente serve para outro tipo de criação: roupas de moda.
A granja foi desativada há mais de duas décadas, em outra crise da suinocultura. Até que, em 2008, o casal de administradores Odílio Lins Júnior e Mônica Brancher Lins decidiu transformar as pocilgas numa fábrica. Eles tinham indústria e quatro lojas em Florianópolis, onde pagavam R$ 12 mil de aluguel por mês.
Odílio decidiu utilizar os chiqueiros abandonados pelo seu pai para produzir novamente. Onde era a maternidade dos porquinhos, foram retiradas as baias e instalada uma loja.
Estilo rústico atrai os clientes
A estrutura das paredes e o teto permanecem, o que alia o rústico à leveza das peças vendidas no local.
– Os clientes adoram – diz Mônica.
Em outro galpão que servia para criação fica a sala de cortes, não de carnes, mas de tecidos. Os troféus que o sogro de Mônica conquistou na produção agropecuária agora servem de peso para os moldes de papel.
O que foi considerado loucura por amigos, só trouxe benefícios. Como eles moram ao lado da indústria, podem atender melhor aos dois filhos, e a produção, em vez de minguar, triplicou. O Grupo Lemon, que tinha 11 colaboradores em Florianópolis, agora conta com 24. E, neste mês, deve abrir uma loja da marca Maria Catarina em Chapecó. Se o porco não estava mais dando lucro, a produção de roupas vai muito bem.


CONCÓRDIA
Investir para ganhar em escala
Enquanto muitos suinocultores estão reduzindo o plantel ou até desistindo da atividade, o produtor Marcos Ruppenthal está fazendo o caminho contrário: investiu R$ 700 mil no aumento da produção.
– É no momento da crise que tem que investir – aposta o criador de suínos de Arabutã.
Ele tinha 140 matrizes reprodutoras de suínos e, até o final do mês, já terá 500. Desta forma, a produção de leitões vai quase quadruplicar. Para isso, ele teve que construir dois chiqueiros automatizados e novos sistema de tratamento de dejetos. Metade do dinheiro investido é de recursos próprios, e o restante, é financiado.
Adaptação a uma nova realidade
O suinocultor explicou que não está cometendo nenhuma “loucura”, e sim se adaptando a uma nova realidade do mercado. Antes, os suínos eram dele, que era responsável por todas as despesas. Pelo novo sistema, todos os animais são da agroindústria e é ela a responsável por fornecer a ração, medicação e transporte dos animais. O produtor só alimenta e cuida dos animais.
O vice-presidente da Aurora Alimentos, Neivor Canton, disse que cerca de 90% dos 3,2 mil suinocultores da cooperativa já estão nesse sistema, que é denominado “vertical”.
– Só a Aurora tem mais de 1 milhão de suínos – calcula.
Ruppenthal também fez um contrato com a Coopérdia, que é uma das afiliadas da Aurora Alimentos, com garantia de preço, entre R$ 15 e R$ 17 por leitão produzido. Com isso, garante renda para pagar o investimento e ainda sobrar no final do mês.
– Não tem risco – comemora.
O presidente da Cidasc, Enori Barbieri, considera que só sobreviverá quem estiver ligado às agroindústrias.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

QUAL O PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DE PRODUÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES NA CONSEPÇÃO DE RICHARD L. DAFT



Resumo
Esta pesquisa é de abordagem qualitativa, sendo fundamentada em conceito cientifico descritos por pesquisadores, com influência em gestão e administração de produção, sendo um artigo cientifico. A fim de articular nossa pesquisa de forma prática, os livros fizeram-se principal fonte de análise. Esse processo aconteceu no horário correspondente ao período de extraclasse durante dois meses, onde foram observados aspectos que envolvem a gestão e a administração da produção e sua relação com as empresas atuais. Diante dos procedimentos adotados o registro destes aconteceu através da escrita documentada e outras modalidades de registro como material de pesquisa realizada a quem interessar a análise da estrutura. A análise de dados caracteriza-se como um momento culminante da pesquisa visto que possibilita o acesso às informações colhidas através da pesquisa, realizada pelo estudo e consulta a artigos e livros, contendo tais informações as quais utilizamos. 
Palavra chaves: Gestão da produção, planejamento e estratégia.

Abstract
This research is of qualitative approach, being based in concept I inform, described by researchers, with influence in administration and production administration, being an article informs.  In order to articulate our research in a practical way, the books were made main analysis source. That process happened in the schedule corresponding to the period of extra class for two months, where they were observed aspects that involve the administration and the administration of the production and your relationship with the current companies.  Before the adopted procedures the registration of these it happened through the documented writing and other registration modalities as research material accomplished to who to interest the analysis of the structure. The analysis of data is characterized as a culminating moment of the research sees that make possible the access the information picked through the research, accomplished by the study and it consults to goods and books, containing such information which we used. 
Key Words: Administration of the production, planning and strategy

Introdução
As empresas de hoje, para manter-se no mercado competitivo e globalizado, buscam cada vez mais formas de utilizar o máximo os seus recursos e reduzir seus custos, pois somente desta forma conseguem assegurar sua lucratividade, existe uma busca por sistemas e processos que possam auxilia-las a enfrentar ambientes de concorrência todos os vês mais acirrados. Porém, nesta busca por soluções tem se deixado de lado na maioria das vezes, a preocupação com o preparo da mão da obra a qual irá operar estes novos sistemas e processos que as empresas passam a utilizar.
    Devido a este fato, a atividade de gestão de produção dos recursos humanos, tecnológicos e informacionais tende a crescer, melhorando a qualidade dos produtos e serviços prestados, garantindo a satisfação dos clientes.
     O gerenciamento do desenvolvimento tecnológico de automação de maquinas e equipamentos, sistemas de informações, telecomunicações são passos fundamentais no planejamento e controle das operações, sendo que métodos de gestão de pessoas como: treinamento e desenvolvimento devem ser constantemente aplicados e assessorados. O grande diferencial das organizações é o investimento aplicado nos bens materiais e humanos, estes podem alavancar o crescimento e desenvolvimento significativo ás empresas.
     Este trabalho visa apresentar a comparação entre autores quanto à questão de gestão e administração da produção e discutir seus impactos nas organizações atuais.

 Gestão Da Produção

Para Martins (2006) a gestão da produção visa atender a qualidade, necessidades e desejos dos clientes, produzir com menor custo evitando perda no processo. Gerando pacotes de valores a que vem beneficiarem e atender aos devidos consumidores, sendo eles internos, sendo empregados que dependem de insumos (toda, e qualquer matéria-prima que agrega valor ao cliente) de processos anteriores a fim de executar processos diretos com a empresa, e clientes externos, que são o usuário final ou intermediário que compram produtos acabados e serviços da organização.
Segundo Sanna consultorias (http://sanna.com.br/sce-b-3.htm.) a gestão da produção é o conjunto de atividades que visa fabricar os produtos oferecidos pela empresa dentro das especificações estabelecidas, utilizando a melhor maneira possível os recursos produtivos disponíveis. Isto significa produzir rigorosamente o que foi determinado, dentro da maior eficiência possível, o que exige sistemas adequados de planejamento e controle da produção e uma adequada gestão de estoques.

Evolução Da História Da Gestão E Da Administração Da Produção

    Para Martins (2006) grandes projeto da gestão da administraçãoforam realizados na antiguidade como exempla as Pirâmides do Egito, a Grande Muralha da China, entre outros.
      Na antiguidade já se fazia gerenciamento dos processos produtivos, das operações realizadas e técnicas aplicadas nesta obra.
       Com o tempo percebeu-se a necessidade de uma Administração na Produção de afazeres em geral, em primeira menção literária sobre a gestão e a administração de projetos deu-se no século XVII, através da idéia de Defoe (1697) em sua obra “ESSAY UPON Projects”. De acordo com o autor:

“... Alguns projetos eram esporadicamente realizados de forma mais sistemática, já em torno de 1964 é que essa sistematização tornou-se mais populares, alguns anos mais tarde em torno de 1968, a arte e o ministério dos projetos passou a de fato espelhar-se pelo mundo” (Daniel. 1967 apud Martins, 2006).

        Pode-se descrever que de fato varias formas de administração da produção foi feita, mas sem ter um planejamento estratégico para o mesmo.
        Segundo Martins (2006) vemos que embora o século XX, não foi tão destacado com a evolução da administração da produção, podemos citar grandes contribuições que Frederick Taylor e Ford entre outros fizeram com a produção em massa, a qual já vinha com um pensamento de administrar as relações de produção.
       Um fato interessante de se mencionar segundo Albernatly et al (1983) apud Martins (2006) é o padrão industrial que envolve tecnologia e administração de produção citados em literaturas, tendo como nome de Sistema Americano de Manufaturas, o qual teria sido este modelo adequado de produção. Sendo o mesmo um padrão de desenvolvimento industrial na século (XVIII) dos americanos.
        No século XVIII a Inglaterra tornou-se líder na indústria e na teconologia e estava desenvolvendo uma revolução na produção em larga escala, usando métodos de gestão com grandes inovações (Martins, 2006).

Organizações Como Sistema De Produção

As organizações vêm se transformando, mas muitas têm seu sistema de produção ultrapassado, sendo que o seu sucesso depende de sua produção. Segundo Daft (2005) toda organização precisa de um “núcleo técnico”, organização, pessoas e tecnologia. A sua importância no processo produtivo é beneficiar as entradas e saídas. “Núcleo técnico é o coração da produção do produto ou serviço da organização. As entradas em um núcleo técnico incluem os recursos humanos, terrenos, equipamentos, prédios e tecnologia. As saídas de um núcleo técnico incluem os produtos e serviços fornecidos aos consumidores e clientes, as estratégias da produção e o feedback de controle moldam a qualidade de saídas e a eficiência de produção dentro do núcleo técnico”. (DAFT. 2005. pág, 518)

A administração de produção tem como objetivo solucionar problemas de produção, sendo que a área especializada é a produção de bens e serviços, e usa essas ferramentas para lidar com um modelo de qualidade e eficiência.
Esta aplica-se em todas as organizações, sendo elas chamadas manufaturadas (bens físicos armazenáveis) ou serviços (não físico e não pode ser armazenado). As empresas manufaturadas podem conter seu estoque e somente atende o cliente através de pedidos disparados, já as empresas de serviços, funcionam como exemplo um hospital, o medico somente vai atender o paciente boca-a-boca, pois não poderá medica-lo por telefone.
Segundo Daft (2005) mesmo tendo tanta diferença das empresas manufaturadas como as de serviços, elas passam por problemas similares assim como: programação, materiais, suprimentos, qualidade e produtividade.

 Estratégia Das Operações

Muitos dos gerentes das grandes organizações estão envolvidos diariamente com metas, buscando solucionar problemas através das estratégias de operações.
Segundo DAFT (2005) o reconhecimento do papel de um gerente nas operações existentes na organização é a eficácia, fazendo da melhor forma possível, onde consegue sustentar as estratégias e contribui cada vez mais para o sucesso da organização, porém é necessário que o gerente tenha total envolvimento na mesma, pois se isso ocorrer à empresa se desenvolvera mais rapidamente. Uma das estratégias utilizadas é a cadeia de suprimentos, esta deverá atender toda a demanda de seus clientes, sendo que o gerente precisará adotar boas operações e estratégias para manter o equilíbrio da mesma.
Segundo Slack (2002) as responsabilidades dos gerentes é traduzir a direção estratégicas de uma organização em ação operacional bem como incluir compreensão do impacto sobre as operações, da globalização, da responsabilidade ambiental, da responsabilidade social de novas tecnologias e da gestão de conhecimento.
Para ter uma cadeia de suprimento bem gerenciada necessita-se de alguém eficiente para operar e distribuir funções.
 Sendo que DAFT (2005) conceitua administração de cadeia de suprimento com sendo a seqüência de fornecedores e compradores, cobrindo todos os estágios do processamento, desde a obtenção das matérias-primas até a distribuição dos produtos acabados para os consumidores finais.
Ao longo de toda a cadeia de suprimento, a missão a qual é administrar o relacionamento com os fornecedores e clientes, os quais tem papel fundamental na prestação de serviços e na demanda de produtos, onde a organização deverá movimentar-se cada vez mais para satisfazer as necessidades, diminuindo o prazo de entrega ao consumidor.

 Projeto Do Produto E Do Serviço


O modo como a organização projeta e passa a diante seus produtos afeta diretamente ao cliente e consumidor, pois as estruturas das embalagens dos produtos poderão agradar como também poderá não agradar, na visão do cliente.
Segundo Daft (2005) para evitar esse tipo de problema às empresas desenvolveram uma nova estrutura nas embalagens, sendo que os profissionais que desenvolviam as mesmas, não se importavam com a satisfação aos olhos do consumidor, porém com esse novo método de projetar, requer a participação do trabalho em equipe a fim de analisar e monitorar o processo através de pesquisas de satisfação.
Daft (2005) afirma que o projeto de fabricação e montagem é extremamente barato, tendo alcance de quatro objetivos no desenvolvimento do projeto do produto, para a organização:

“... Ele geralmente requer a reestruturação das operações, criando equipes de projetistas, fabricantes e montadores para trabalharem em conjunto. Estas colaboram no alcance de quatro objetivos de projeto do produto. (1) Produtividade. O grau em que um produto ou serviço pode ser realmente produzido para o consumidor dentro da capacidade operacional existente na empresa. (2) Custo. A soma dos materiais, mão-de-obra, projeto transporte e despesas com gastos gerais associados com uns produtos os serviços dentro de um custo razoável. (3) Qualidade. A excelência do produto ao serviço – a utilidade e o valor que os clientes ganham coma compra do produto. Nos últimos anos, o projeto do produto tem se movido em direção aos produtos fáceis de usar, e as empresas estão fazendo perguntas do tipo” Como as pessoas usam este produto?”e” Como podemos fazer este produto mais fácil de usar?”(4) Confiabilidade. O grau em que o cliente pode contar com o produto ou serviço para preencher sua função prevista. O produto deveria funcionar como projetado por um período de tempo razoável. Os produtos altamente complexos geralmente têm uma menor confiabilidade porque mais coisas podem dar erradas”.

              Diante disso constata-se que o produto final deve obter qualidade para não criar duvida, tem que haver confiabilidade entre fornecedor e cliente, que o cliente possa ver a embalagem e o produto e que nesse momento adquira o qual lhe agradar. A empresa deve manter bem estruturada sua produtividade a fim de atender sua demanda, mantendo um baixo custo de projetos para ofertar a um preço favorável ao consumidor, cobrindo seus gastos e mantendo também lucro.

Aquisição
Para Daft (2005), aquisição é:

“... a compra de suprimentos, serviços e matérias-primas, para uso no processo de produção”. (DAFT. 2005 pág. 524).

Nas empresas o maior investimento é, compra de suprimentos e movimentação dos estoques, o que gera muito custos para a mesma, fazendo com que as organizações tenham que trabalhar com baixos estoques.
Um sistema que mudaria as empresa e pouparia bastante tempo, seria as aquisições online de seus materias, mas, porém terá que existir uma grande competência e responsabilidade, sendo que as compras deverão ser feitas com cuidado contratando fornecedores de confiança, para não obter um grande prejuízo.

Layout Das Instalações

       Logo após a instalação do planejamento e do projeto e a aquisição de matérias para desenvolver o mesmo será necessário termos um embasamento por onde vamos desenvolver a produção, é aonde entra o layout das instalações. Sedo que existem quatro tipos de layout, os quais serão definidos em seguida, com base no livro Administração escritos por Daft (2005).
·                 Layout do processo. Será onde definiremos como e onde o maquinário que possui o mesmo desempenho ficou agrupado. Um layout de instalação.
·          Layout do produto. Será onde definiremos qual será as etapas de produção sendo que, a mesma maquina e as tarefas dos funcionários serão organizadas de acordo com a seqüência de etapas na produção de um único produto, pois para qual terá uma seqüência lógica de maquinários e de tarefas.

Automatização Da Tecnologia

         A maioria das empresas buscam investir em equipamentos mais avançados para melhorar seu desempenho operacional garantindo maior eficiência e qualidade no seu processo, pois as mesmas não geram custos como: Plano de saúde, absenteísmo, afastamentos entre outros.
Existem empresas, as quais investem tecnologia em seus serviços, tendo maior crescimento e maior competitividade. Existem novos modelos de maquinário automatizado que faz tudo através do computador, utilizando menos tempo e economizando, mas devido sua eficiência produtiva, este sistema caracteriza-se como sistemas flexíveis de manufatura.
Segundo Daft (2005), o computador instrui a maquina a fazer suas trocas para processar um novo produto que será fabricado. Geralmente as empresa adotam esse tipo de maquinário para apoiar a estratégia de customização em massa, o qual significa que os produtos se adaptam rapidamente conforme o pedido do cliente. Sendo uma das maiores tecnologias dos tempos atuais.
Slack (2002) relata que:

“As tecnologias, automatizadas em muitas operações produtivas tem proporcionado o potencial para melhoramento de desempenho, mas há um perigo. A tecnologia pode ser vista como panacéia para todos os males da produção, uma “fixação em tecnologia”, que diverge a atenção dos problemas mais fundamentais. Se os métodos e os processos são emsi ruins, a tecnologia somente vais acelerar os problemas e não solucionar-los” (Slack, 2002. pág 265).

          Define-se que ambos os autores relatam a sua visão sobre a automação da tecnologia, o que percebe é que de fato a tecnologia é algo indispensável nas organizações que tem como objetivo, competitividade no mercado, rapidez no processo de desenvolvimento e qualidade no seu produto.

 Localização Da Instalação

Localização é a posição geográfica de uma operação, relativa aos clientes os quais interage com a organização (Slack, 2002. pág. 177).
Segundo Daft (2005) para a instalação de uma nova estrutura será necessário analisar um local apropriado, realizando uma analise de custo-beneficio, e também a acessibilidade do cliente até á organização, a seleção da localização da instalação é uma consideração muito complexa, avaliando sua região demografica.

            Conclusão

Assim, o presente documento descreve uma trajetória de análise que pondera sua razão existencial na compreensão de desenvolvimento da sociedade como produto do desenvolvimento criativo e produtivo de ser humano, sendo que na ação continuada do trabalho reside a essência para está descoberta que se acerca do profissional como instrumento da manifestação de uma sociedade que na luta pelos ideais de igualdade é capaz de vislumbrar novos caminhos de desenvolvimento.
Dos aspectos referenciados no texto da análise dos dados cabe destacar que de modo geral a relação das empresas com a gestão e a administração da produção, mostra-se satisfatória e principalmente aberta para uma consciência que percebe a necessidade contínua de mudança e aperfeiçoamento diante destas situações a que se submete frente à organização competitiva do mercado globalizado.
A valorização do setor da economia fundamentada na produção é determinante, no processo crescente dos demais setores, sendo assim, as empresas buscam na qualificação de seus profissionais estabelecendo uma parceria produtiva com o mercado mundial.
Iniciativas da organização com novas parcerias, bem como uma aproximação entre empresa e funcionários é referência na perspectiva que se destaca em grande parte de nosso país.
A verdadeira mudança, na qualidade de qualquer nível de organização social, está diretamente condicionada ao processo de constante avaliação, devendo ponderar sobre este, princípios de uma estratégia da organização.
Como caminho a ser percorrido, o desenvolvimento das empresas depende diretamente de quem assume a responsabilidade de carregar seu nome como instrumento de apóio e luta ao setor de produção. É um espaço aberto ao desenvolvimento da empresa, e seu crescimento depende da forma como se administram os processos constantes de mudança aos quais se submete.
Não há como negar o que afirma o título deste documento, porque a gestão da produção é importante nas organizações atuais, existencial que está em assegurar a continuidade do processo de desenvolvimento a partir das bases da cadeia produtora.

Bibliografia.

DAFT, Richard L. Administração./ tradução Robert Brian Taylor São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.

MARTINS, Petrônio Garcia. Administração Da Produção. 2 Ed. São Paulo: Saraiva, 2006.

ARNOLD, J. R. Tony. Administração De Materiais: Uma Introdução / tradução: Celso Rimoli, Lenita R. Esteves. São Paulo : Atlas, 1999.

SLACK, Nigel et al. Administração Da Produção / tradução Maria Teresa Correa De Oliveira, Fabio Alher. 2 ed. São Pulo : Atlas, 2002.

MINTZBERG, Henry, Criando Organizações Eficazes: estrutura em cinco configurações / tradução Ailton Bomfim Brandão. 2 ed. São Paulo : Atlas, 2003.

_______________. Gestão da Produção, São Paulo, abr. 2006. Disponível em: http://sanna.com.br/sce-b-3.htm. Acesso em: Abril 2012

CLETO, Marcelo Gechele, Gestão Da Produção Nos Últimos 45 Anos, Revista FAE Business, n. 4, Rio de Janeiro, dez. 2002.  Disponível em: http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n4_dezembro_2002/tecnologia1_a_gestao_da_producao_nos_ultimos.pdf. Acesso em : Abril 2012.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Como fazer uma resenha


Pessoal com essas informações quero repassar a todos como podemos fazer uma resenha, são passos que achei interessantes do site da conceituada PUCRS sobre a formatação e a elaboração de resenhas.
1. Definições


Resenha-resumo:
     É um texto que se limita a resumir o conteúdo de um livro, de um capítulo, de um filme, de uma peça de teatro ou de um espetáculo, sem qualquer crítica ou julgamento de valor. Trata-se de um texto informativo, pois o objetivo principal é informar o leitor.


Resenha-crítica:
     É um texto que, além de resumir o objeto, faz uma avaliação sobre ele, uma crítica, apontando os aspectos positivos e negativos. Trata-se, portanto, de um texto de informação e de opinião, também denominado de recensão crítica.




2. Quem é o resenhista


     A resenha, por ser em geral um resumo crítico, exige que o resenhista seja alguém com conhecimentos na área, uma vez que avalia a obra, julgando-a criticamente.




3. Objetivo da resenha


     O objetivo da resenha é divulgar objetos de consumo cultural - livros,filmes peças de teatro, etc. Por isso a resenha é um texto de caráter efêmero, pois "envelhece" rapidamente, muito mais que outros textos de natureza opinativa.




4. Veiculação da resenha


     A resenha é, em geral, veiculada por jornais e revistas.




5. Extensão da resenha


     A extensão do texto-resenha depende do espaço que o veículo reserva para esse tipo de texto. Observe-se que, em geral, não se trata de um texto longo, "um resumão" como normalmente feito nos cursos superiores ... Para melhor compreender este item, basta ler resenhas veiculadas por boas revistas.




6. O que deve constar numa resenha


Devem constar:
  • O título
  • A referência bibliográfica da obra
  • Alguns dados bibliográficos do autor da obra resenhada
  • O resumo, ou síntese do conteúdo
  • A avaliação crítica


7. O título da resenha


     O texto-resenha, como todo texto, tem título, e pode ter subtítulo, conforme os exemplos, a seguir:
    Título da resenha: Astro e vilão
    Subtítulo: Perfil com toda a loucura de Michael Jackson
    Livro: Michael Jackson: uma Bibliografia não Autorizada (Christopher Andersen) - Veja, 4 de outubro, 1995

    Título da resenha: Com os olhos abertos
    Livro: Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) - Veja, 25 de outubro, 1995

    Título da resenha: Estadista de mitra
    Livro: João Paulo II - Bibliografia (Tad Szulc) - Veja, 13 de março, 1996


8. A referência bibliográfica do objeto resenhado


     Constam da referência bibliográfica:
  • Nome do autor
  • Título da obra
  • Nome da editora
  • Data da publicação
  • Lugar da publicação
  • Número de páginas
  • Preço
Obs.: Às vezes não consta o lugar da publicação, o número de páginas e/ou o preço.


Os dados da referência bibliográfica podem constar destacados do texto, num "box" ou caixa.


Exemplo: Ensaio sobre a cegueira, o novo livro do escritor português José Saramago (Companhia das Letras; 310 páginas; 20 reais), é um romance metafórico (...) (Veja, 25 de outubro, 1995).




9. O resumo do objeto resenhado


     O resumo que consta numa resenha apresenta os pontos essenciais do texto e seu plano geral.


     Pode-se resumir agrupando num ou vários blocos os fatos ou idéias do objeto resenhado.


     Veja exemplo do resumo feito de "Língua e liberdade: uma nova concepção da língua materna e seu ensino" (Celso Luft), na resenha intitulada "Um gramático contra a gramática", escrita por Gilberto Scarton.



     "Nos 6 pequenos capítulos que integram a obra, o gramático bate, intencionalmente, sempre na mesma tecla - uma variação sobre o mesmo tema: a maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna, as noções falsas de língua e gramática, a obsessão gramaticalista, a inutilidade do ensino da teoria gramatical, a visão distorcida de que se ensinar a língua é se ensinar a escrever certo, o esquecimento a que se relega a prática lingüística, a postura prescritiva, purista e alienada - tão comum nas "aulas de português".

     O velho pesquisador apaixonado pelos problemas de língua, teórico de espírito lúcido e de larga formação lingüística e professor de longa experiência leva o leitor a discernir com rigor gramática e comunicação: gramática natural e gramática artificial; gramática tradicional e lingüística;o relativismo e o absolutismo gramatical; o saber dos falantes e o saber dos gramáticos, dos lingüistas, dos professores; o ensino útil, do ensino inútil; o essencial, do irrelevante".



     Pode-se também resumir de acordo com a ordem dos fatos, das partes e dos capítulos.


     Veja o exemplo da resenha "Receitas para manter o coração em forma" (Zero Hora, 26 de agosto, 1996), sobre o livro "Cozinha do Coração Saudável", produzido pela LDA Editora, com o apoio da Beal.


Receitas para manter o coração em forma


     "Na apresentação, textos curtos definem os diferentes tipos de gordura e suas formas de atuação no organismo. Na introdução os médicos explicam numa linguagem perfeitamente compreensível o que é preciso fazer (e evitar) para manter o coração saudável.

     As receitas de Cozinha do Coração Saudável vêm distribuídas em desjejum e lanches, entradas, saladas e sopas; pratos principais; acompanhamentos; molhos e sobremesas. Bolinhos de aveia e passas, empadinhas de queijo, torta de ricota, suflê de queijo, salpicão de frango, sopa fria de cenoura e laranja, risoto com açafrão, bolo de batata, alcatra ao molho frio, purê de mandioquinha, torta fria de frango, crepe de laranja e pêras ao vinho tinto são algumas das iguarias".





10. Como se inicia uma resenha


     Pode-se começar uma resenha citando-se imediatamente a obra a ser resenhada. Veja os exemplos:



     "Língua e liberdade: por uma nova concepção da língua materna e seu ensino" (L&PM, 1995, 112 páginas), do gramático Celso Pedro Luft, traz um conjunto de idéias que subvertem a ordem estabelecida no ensino da língua materna, por combater, veementemente, o ensino da gramática em sala de aula.




     Mais um exemplo:



     "Michael Jackson: uma Bibliografia Não Autorizada (Record: tradução de Alves Calado; 540 páginas, 29,90 reais), que chega às livrarias nesta semana, é o melhor perfil de astro mais popular do mundo". (Veja, 4 de outubro, 1995).




     Outra maneira bastante freqüente de iniciar uma resenha é escrever um ou dois parágrafos relacionados com o conteúdo da obra.


     Observe o exemplo da resenha sobre o livro "História dos Jovens" (Giovanni Levi e Jean-Claude Schmitt), escrita por Hilário Franco Júnior (Folha de São Paulo, 12 de julho, 1996).


O que é ser jovem

Hilário Franco Júnior

     Há poucas semanas, gerou polêmica a decisão do Supremo Tribunal Federal que inocentava um acusado de manter relações sexuais com uma menor de 12 anos. A argumentação do magistrado, apoiada por parte da opinião pública, foi que "hoje em dia não há menina de 12 anos, mas mulher de 12 anos".

     Outra parcela da sociedade, por sua vez, considerou tal veredito como a aceitação de "novidades imorais de nossa época". Alguns dias depois, as opiniões foram novamente divididas diante da estatística publicada pela Organização Mundial do Trabalho, segundo a qual 73 milhões de menores entre 10 e 14 anos de idade trabalham em todo o mundo. Para alguns isso é uma violência, para outros um fato normal em certos quadros sócio-econômico-culturais.

     Essas e outras discussões muito atuais sobre a população jovem só podem pretender orientar comportamentos e transformar a legislação se contextualizadas, relativizadas. Enfim, se historicizadas. E para isso a "História dos Jovens" - organizada por dois importantes historiadores, o modernista italiano Giovanno Levi, da Universidade de Veneza, e o medievalista francês Jean-Claude Schmitt, da École des Hautes Études em Sciences Sociales - traz elementos interessantes.




     Observe igualmente o exemplo a seguir - resenha sobre o livro "Cozinha do Coração Saudável", LDA Editores, 144 páginas (Zero Hora, 23 de agosto, 1996).


Receitas para manter o coração em forma

Entre os que se preocupam com o controle de peso e buscam uma alimentação saudável são poucos os que ainda associam estes ideais a uma vida de privações e a uma dieta insossa. Os adeptos da alimentação de baixos teores já sabem que substituições de ingredientes tradicionais por similares light garantem o corte de calorias, açúcar e gordura com a preservação (em muitos casos total) do sabor. Comprar tudo pronto no supermercado ou em lojas especializadas é barbada. A coisa complica na hora de ir para a cozinha e acertar o ponto de uma massa de panqueca,crepe ou bolo sem usar ovo. Ou fazer uma polentinha crocante, bolinhos de arroz e croquetes sem apelar para a frigideira cheia de óleo. O livro Cozinha do Coração Saudável apresenta 110 saborosas soluções para esses problemas. Produzido pela LDA Editora com apoio da Becel, Cozinha do Coração saudável traz receitas compiladas por Solange Patrício e Marco Rossi, sob orientação e supervisão dos cardiologistas Tânia Martinez, pesquisadora e professora da Escola Paulista de Medicina, e José Ernesto dos Santos, presidente do departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia e professor da faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Os pratos foram testados por nutricionistas da Cozinha Experimental Van Den Bergh Alimentos.



     Há, evidentemente, numerosas outras maneiras de se iniciar um texto-resenha. A leitura (inteligente) desse tipo de texto poderá aumentar o leque de opções para iniciar uma recensão crítica de maneira criativa e cativante, que leva o leitor a interessar-se pela leitura.






11. A crítica


     A resenha crítica não deve ser vista ou elaborada mediante um resumo a que se acrescenta, ao final, uma avaliação ou crítica. A postura crítica deve estr presente desde a primeira linha, resultando num texto em que o resumo e a voz crítica do resenhista se interpenetram.


     O tom da crítica poderá ser moderado, respeitoso, agressivo, etc.


     Deve ser lembrado que os resenhistas - como os críticos em geral - também se tornam objetos de críticas por parte dos "criticados" (diretores de cinema, escritores, etc.), que revidam os ataques qualificando os "detratores da obra" de "ignorantes" (não compreenderam a obra) e de "impulsionados pela má-fé".




12. Exemplos de resenhas


     Publicam-se a seguir três resenhas que podem ilustrar melhor as considerações feitas ao longo desta apresentação.


Atwood se perde em panfleto feminista

Marilene Felinto
Da Equipe de Articulistas

     Margaret Atwood, 56, é uma escritora canadense famosa por sua literatura de tom feminista. No Brasil, é mais conhecida pelo romance "A mulher Comestível" (Ed. Globo). Já publicou 25 livros entre poesia, prosa e não-ficção. "A Noiva Ladra" é seu oitavo romance.

     O livro começa com uma página inteira de agradecimentos, procedimento normal em teses acadêmicas, mas não em romances. Lembra também aqueles discursos que autores de cinema fazem depois de receber o Oscar. A escritora agradece desde aos livros sobre guerra, que consultou para construir o "pano de fundo" de seu texto, até a uma parente, Lenore Atwood, de quem tomou emprestada a (original? significativa?) expressão "meleca cerebral".

     Feitos os agradecimentos e dadas as instruções, começam as quase 500 páginas que poderiam, sem qualquer problema, ser reduzidas a 150. Pouparia precioso tempo ao leitor bocejante.

     É a história de três amigas, Tony, Roz e Charis, cinqüentonas que vivem infernizadas pela presença (em "flashback") de outra amiga, Zenia, a noiva ladra, inescrupulosa "femme fatale" que vive roubando os homens das outras.

     Vilã meio inverossímel - ao contrário das demais personagens, construídas com certa solidez -, a antogonista Zenia não se sustenta, sua maldade não convence, sua história não emociona. A narrativa desmorona, portanto, a partir desse defeito central. Zenia funcionaria como superego das outras, imagem do que elas gostariam de ser, mas não conseguiram, reflexo de seus questionamentos internos - eis a leitura mais profunda que se pode fazer desse romance nada surpreendente e muito óbvio no seu propósito.

     Segundo a própria Atwood, o propósito era construir, com Zenia, uma personagem mulher "fora-da-lei", porque "há poucas personagens mulheres fora-da-lei". As intervenções do discurso feminista são claras, panfletárias, disfarçadas de ironia e humor capengas. A personagem Tony, por exemplo, tem nome de homem (é apelido para Antônia) e é professora de história, especialista em

REFERENCIAS:

GUIA de produção textual da PUCRS, disponível em: http://www.pucrs.br/gpt/resenha.php.acessado em 02.05.2012.