domingo, 9 de outubro de 2011

LIVRO: SAFÁRI DE ESTRATÉGIA: Um Roteiro Pela Selva do Planejamento Estratégico - Parte I

Autores: Mintzberg. Henry, Bruce Ahlstrand, Joseph Lampel, Safári de estratégia: Um roteiro pela selva do planejamento estratégico, Porto Alegre, Bookman, 2010.


Esse post tem como objetivo apresentar as dez escolas de Mintzberg et al (2010), estimulando a análise e a crítica de conteúdos teóricos e de ideias do autor, contribuindo para que os alunos aprendam a sintetizar conceitos, fazer comparações, formular críticas sobre um determinado tema de pressupostos teóricos ou de evidências empíricas já sistematizadas.

SAFARI DE ESTRATÉGIA: Um Roteiro Pela Selva do Planejamento Estratégico
                    
                   Após ser discutida por Alfred Chandler em seu livro Strategy and Structure, publicado em 1962, conforme mencionado por Novais (2010, pág. 56), o mesmo contribuiu para sua aceitação, onde mais tarde Igor Ansoff também estudou o assunto, mas dando ênfase ao planejamento estratégico para as empresas. A partir deste momento através da iniciação desta pesquisa, surgiram muitos estudos sobre estratégia e planejamento. 
                   Novais cita em seu livro autores que estudaram as escolas da administração estratégica:

              “... Simbieda lista quatro orientações (1994), Kaufman & Jacobs, com base em outros autores, referem-se a cinco estilos principais (1996), Bryson menciona seis escolas de pensamento ou modelos de planejamento estratégico (1988), ao passo que a taxonomia proposta por Mintzberg conta com 10 escolas (1998)...” Apud Novais, (2010. Pág. 57).
                    
                   Conforme informações coletadas por Novais, podemos observar que as escolas estratégicas foram estudadas num dinâmico mercado de ideias voltadas para a administração estratégica. Desta forma vamos estudar as dez escolas de Mintzberg et al (2010).

  Escola de design:

A escola de Design começa a ter sua real aparição por meio do grupo de administração geral da Universidade de Harvard, iniciando com a publicação de um livro chamada Bussiness Policy Text and Cases. Esse livro tornou-se rapidamente o mais pesquisado.
Modelo básico da escola do design segundo Andrews (1987) apud Mintzberg (2010), da destaque as avaliações das situações externa e interna, a externa revelando as oportunidades e ameaças que a organização pode obter do ambiente, a interna apontando pontos fracos e fortes da organização.
                     Mintzberg cita que Andrews conclui a avaliação externa como:


“... Qual é a estrutura subjacente da indústria a qual a empresa participa¿ e como as mudanças previsíveis no contexto social, político e macroeconômico poderão afetar a indústria ou a empresa. (Mintzberg. 2010. Pág. 37)”.


Notamos que ele engloba vários aspectos da empresa como participante das mudanças do ambiente. As questões de avaliações interna o autor menciona Andrews novamente onde aponta que a empresa tem dificuldade de conhecer suas estratégias ou funções assim como as pessoas de conhecerem a si próprias.
Hambrick e Fredreckson (2005) apud Mintzberg (2010) observa que o crescer da estratégia não é linear, mas pouco acresce aos gerentes na formulação da estratégia alternativas.
Essa escola nos deixa claro que uma vez elaborada e acordada a estratégia, a mesma é levada á prática por meio de providencias concretas. Ela mantem as estratégias claras, simples e especificas.
A mesma não avançou o bastante para desenvolver outras escolas, varias premissas são suportadas pelas escolas de design como:

1-             A formulação da estratégia deve ser um processo deliberado de pensamento consciente.
2-             A responsabilidade por esse controle e essa percepção deve ser do executivo principal: essa pessoa é o estrategista.
3-             O modelo da formulação de estratégia deve ser mantido simples e informal.
4-     As estratégias devem ser únicas: As melhores resultam de um processo de design individual.
5-       O processo de design está completo quando as estratégias parecem plenamente formuladas com perspectiva.
6-                  Essas estratégias devem ser explicitas: Assim, precisam ser mantidas simples.
7-             Finalmente, só depois que essas estratégias únicas, desenvolvidas explícitas e simples são totalmente formuladas é que elas podem se implementadas.

Portanto o processo de aprendizado da organização tem se dado muito a experiências e pesquisas desenvolvidas pelas organizações e em suas tentativas e erros até descobrir o que realmente almeja.
A escola de design é um modelo limitado em suas afirmações e muito simples a sua contribuição para a organização. Ela desenvolveu grandes questões para a discussão da estratégia, segundo Venkatraman e Camillus (1984), apud Mintzberg (2010), a escola continua sendo estudada a fim de transformar a adequação de um processo ajustado e flexível.
Assim essa escola sempre estará influente no contexto de estratégia como uma atividade principal direcionada para uma interface entre organização e ambiente.

 Escola de Planejamento:

Nos anos 70 surgiram vários artigos sobre planejamento estratégico, esses acontecimentos fizeram crer que era preciso algo progressivo e autentico para qual a gerencia deveria se dedicar.
A estratégias deveriam ser aplicada e planejada por um departamento especializado de planejadores, assim aumentou muito em termos quantitativos e muito pouco em termos qualitativos.
Para muitos atores o planejamento era uma religião que deveria ser anunciada, mas em contra partida era pouco estudado na prática.
O planejamento formal e tradicional surgiu após a Segunda Guerra Mundial, os primeiros conceitos transferidos da área militar para a empresarial, em 1956, 8% já usavam o planejamento em 1966 passou a ser usado 85%%. Dessa forma as empresas passaram a aplicar um estratégia para alcançar os seus objetivos formais.
O modelo de Harvard surgiu na década de 60 com o modo SWOT baseado na análise interna, pontos fracos e fortes e no ambiente externo, com oportunidades e ameaças.
Ansoff e Steiner criaram um modelo que até hoje serve de base para a formulação da estratégia da empresa. Com um modo mais dinâmico em função do seu crescimento complexo.
Nos anos 70 o planejamento atingiu seu auge surgindo criticas e revisionismo na sua metodologia. Mais recente Hamel e Prahalad adotaram conceitos de competências essencial, onde a mesma influencia o pensamento estratégicos e a ação de planejar em função de uma visão de futuro para os negócios.
Atualmente a diferença é que o planejamento estratégico passa a tornar-se continuo e ininterrupto, flexível e adaptável, deixa de ser monopólio da alta direção para alcançar todos os colaboradores da empresa.

O que é planejamento estratégico

Segundo Serra et al (2004. Pág. 30) o planejamento estratégico é um processo que antecipa a visão futura da organização, de uma forma onde as ações sejam executadas e simuladas, para atingir o objetivo da empresa. Com um processo visando às ações e recursos necessário para melhor desempenhar o objetivo geral da empresa, desta forma possibilita estabelecer um norte para a organização, porém não existe uma metodologia universal para o planejamento estratégico, pois a empresa difere-se em tamanho, métodos gerenciais, filosofia, forma operacionais e a forma de organização de seu ambiente. A estratégia precisa ser planejada, executada e controlada, desta forma precisa-se de um planejamento dentro da organização.
A elaboração do planejamento estratégico não pode simplesmente se feita com um simples planejar, precisa-se de uma estratégia para ajustar-se a as modificações do meio ambiente. É muito usada a análise SWOT para planejar, pois, através dela podem-se identificar as forças, fraquezas oportunidades e ameaças que são a tradução do termo em inglês.
Existem muitos modelos de planejamento estratégico, mas a ideia básica é o modelo SWOT dividida em claras etapas. Ela é uma ferramenta utilizada para fazer análise de cenário sendo usado como base para gestão e planejamento estratégico de uma corporação ou empresa, mas podendo. Veja o quadro abaixo:



A escola desenvolveu muitos procedimentos para as metas das empresas sempre justificadas em forma de valores.
Em elemento básico e importante do planejamento do ambiente externo é um conjunto de condições que podem ser feitas do futuro, e é necessário saber controlar o ambiente, para ter capacidade de prever e planejar.
A Avaliação da estratégia varia desde os cálculos de retorno até a avaliação da estratégia e quase toda a sua base é orientada para a análise financeira.
Todo o conjunto objetivo orçamento, estratégia e programas são reunidos nos planos operacionais. É necessário programar toda a etapa do processo e um cronograma para ser seguido.
Podemos identificar que na escola de planejamento as premissas eram segundo o autor:
1-             As estratégias devem resultar de um processo controlado e consciente de planejamento formal, decomposto em etapas distintas, cada uma delineada por checklists e apoiadas por técnicas.
2-             A responsabilidade por todo o processo está, em princípio, com o executivo principal: na prática, a responsabilidade pela execução está com os planejadores.
3-             As estratégias surgem prontas desse processo, devendo ser explicitadas para que possam ser implementada por meio de atenção detalhada a objetivos, orçamentos, programas e planos operacionais de vários tipos.
O planejamento é baseado nos cenários feitos para especular e prever o futuro e geralmente grandes empresas usam quatro cenários para comparação e opção de escolhas.
É necessário ter um grande controle da estratégia que a empresa mantém, existem segundo o autor três estilos de criação estratégicas a disposição da empresa:
1-             Planejamento estratégico: Aqui a direção é envolvida diretamente para desenvolver cuidadosas análises e decidir qual optar.
2-             Controle financeiro: A direção não se envolver diretamente, o centro é que mantem controle.
3-             Controle Estratégico: é onde dá autonomia para as unidades de negócios atuarem, mas as decisões devem sempre ser aprovadas pela alta administração.
Poucas das brilhantes estratégias foram implementadas com sucesso. Uma organização deve ser capaz de prever o curso e controlar a sua estabilidade, porém as previsões de longo prazo são imprecisas demonstrando vulnerabilidade. O processo de criação da estratégia é complexo envolvendo processos sociais e cognitivos mais sofisticados.
A falácia do planejamento é citada pelo autor como:

“... Assim como análise não é síntese, o planejamento estratégico nunca foi geração de estratégias. A análise pode preceder e apoiar a síntese, disponibilizando determinados insumos necessários.” (Mintzberg 2010. Pág. 85).

Assim a análise pode seguir ou desenvolver uma síntese e não a como substituir, o planejamento não oferece novas estratégias, ele não pode ser desenvolvido sem ter uma estratégia previamente elaborada.

 Escola de posicionamento

Em 1980 entra Porter para essa escola como um desestimulante das escolas já mencionadas, fazendo com que aa escola de posicionamento mantém-se como uma escola dominante em função de seus acadêmicos, demonstrarem interesse pela mesma, gerando mais pesquisas e artigos publicados.
A premissa da escola de posicionamento teve uma ideias única e revolucionaria voltada para o melhor e para o pior, ela afirmava que poucas estratégias chaves como a posição do mercado, são admitidas em determinados departamentos. Assim essa escola aperfeiçoou-se nos conjuntos de estratégias analíticas dedicadas a organizar de forma correta as condições atuantes vista de forma genérica.
O autor nos mostra as premissas da escola de posicionamento sendo:
1-             Estratégias são posições genéricas, especificamente comuns e identificáveis no mercado.
2-             O mercado é econômico e competitivo.
3-             O processo de formulação de estratégia é, portanto de seleção das posições genéricas com base em cálculos analíticos.
4-             Os analistas desempenham um papel importante neste processo, passando os resultados dos seus cálculos aos gerentes, que oficialmente controlam as opções.
5-             Assim, as estratégias saem deste processo totalmente desenvolvidas para ser articuladas e implementadas, de fato, a estrutura do mercado dirige as estratégias posicionais deliberadas, as quais dirigem a estrutura organizacional.
Katz apud Mintzberg (2010), dizia para liderar sempre partindo de uma força, de um pressuposto da empresa atuar através de uma vantagem competitiva significante, ele ainda menciona que para grandes empresas deve-se:
Para grandes empresas:
1-             Planejar é crucial
2-             Abra mão das migalhas.
3-             Preserve a força e a estabilidade da empresa.
Para pequenas empresas:
1-             Ataque quando o inimigo se retira
2-             Não tire pleno proveito de todas as oportunidades.
3-             Seja o mais inconspícuo possível.
4-             Reaja rapidamente.
A estratégia eficaz é desenvolvida em volta de poucos conceitos e com um argumento chave bem definido. A escola de posicionamento foi feita sobre medida para consultores, mais atuante por volta dos anos 70 e 80, pois eles poderiam entrar em uma organização sem conhecer o negócio, e fazer um mapa, redigir um relatório e sair, cada um com seu conceito diferente do mercado para promover seus próprios conceitos. Essa escola ofereceu enormes pesquisas e forneceu interface entre conceito e prática.

                    Continua....



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pessoal comentem, aguardo suas criticas e opiniões.