quinta-feira, 13 de outubro de 2011

LIVRO: SAFÁRI DE ESTRATÉGIA: Um Roteiro Pela Selva do Planejamento Estratégico - Parte III - Final

  Autores: Mintzberg. Henry, Bruce Ahlstrand, Joseph Lampel, Safári de estratégia: Um roteiro pela selva do planejamento estratégico, Porto Alegre, Bookman, 2010.


Para encerrar segue as últimas quatro escolas de Mintzverg et al.



Escola do poder:
          Essa escola utiliza a política e o poder a favor da formulação da estratégia e seus determinados interesses, assim o poder é uma influência na esfera econômica isso lhe aproxima da política, e a política torna-se sinônimo de exploração do poder.
          Dividimos nesta escola da seguinte forma, o “poder micro lida com o jogo de política dentro de uma organização”, e o “poder macro diz respeito ao uso de poder pela organização”.
          Notamos que antes da Política Micro, os altos executivos eram vistos em seus cargos racionais, definindo estratégias que a demais parte da organização iriam se submeter a tais decisões tomadas, porém no processo micro vemos esses estrategistas sendo vinculados a ações normais do ser humano, como sua realidade de interesses, temores sonhos e esperanças.
          Quase todas as empresas privadas ou publicas são políticas, somente as menores que conseguem bloquear a politica dentro da organização, desta forma é necessário entender o papel de cada individuo na formulação ou reformulação da estratégia.
          Existem alguns benefícios que a política pode trazer para dentre de uma organização sendo:

“... Primeiro, a política como sistema de influência pode atuar de forma darwiniana para assegurar que os membros mais fortes de uma organização sejam colocados em posições de lideranças.” (“Mintzberg”“. 2010”. Pág. 233)”.

          Desta forma a política dentro da organização pode oferecer canais de promoção para pessoas que demonstram potencial de liderança.

“... Segundo, a política pode assegurar que todos os lados de uma questão sejam plenamente debatidos, ao passo que os outros sistemas de influencia promovem somente um.” (Mintzberg. 2010. Pág. 234)”.

          A politica oferece caminhos para debater e lutar pelas nossas ideias, debatendo e justificando nossas opiniões, assim trocamos experiências dentro de uma organização.

“... Terceiro, a política pode ser exigida para estimular as mudanças necessárias que estão bloqueadas pelos sistemas de influência mais legítimos.” (Mintzberg. 2010. Pág. 233)”.

          A política promove as mudanças necessárias para que as resistências de autoridade, concentrada no alto poder da administração das empresas, possam ser influenciadas pelas demais partes da empresa.

“... Quatro, a política pode facilitar o caminho para a execução das mudanças.” (Mintzberg. 2010. Pág. 233)”.

          A política pode facilitar as alterações necessárias para adequação da melhor situação estratégica para o progresso da empresa. Desta forma odiamos a políticas, mas ela se faz necessária em nossos processos.
          As premissas da escola do poder estão relacionadas em uma discussão conjunta:

1-             A formulação da estratégia que é fundida por poder e política.
2-              As estratégias resultam de processos que tendem a ser emergentes.
3-             O poder micro vê a formulação de estratégia como a interação, por meio de persuasão.
4-             O poder macro vê a organização como promovendo seu próprio bem-estar por controle ou cooperação.

          Desta forma esta escola colocou novas visões sobre a importância da política na promoção de mudança dentro da formulação da estratégica da organização,

Escola cultural:

          A cultura junta todos os indivíduos que trabalham num local onde denomina-se organização, a mesma se preocupa com a influencia cultural na manutenção da estratégia. A cultura é ao mesmo tempo tudo o que fazemos e tudo o que é único no modo como fazemos.
          A escola da cultura pode ser estudada por um individuo de fora, observando de que forma as pessoas se comportam no âmbito organização, e por um individuo de dentro, considerando a cultura como um desafio de interpretação.
          A cultura em si é composta por interpretações diversas, a força dela pode ser proporcional ao seu grau que ilude a consciência, as organizações que mantem uma cultura forte são caracterizadas como uma empresa de suposições dadas como corretas, assim protegidas por artefatos culturais, incluindo pela maneira que as pessoas se comportam uma com a outra sua linguagem e suas ações. A cultura também é um expressão usada para a organização como uma comunidade ativamente existem e influenciável, onde pode ser compartilhada crenças e ideologias.
          Desta forma temos as premissas da escola cultural sendo:
1-             A formulação de estratégia é um processo de interação social baseado nas crenças e nas interpretações comuns aos membros de uma organização.
2-     Um individuo, adquire essas crenças por meio de um processo de aculturação ao socialização.
3-             Os membros de uma organização podem descrever apenas parcialmente as crenças que sustentam sua cultura.
4-             A estratégia assume a forma de uma perspectiva acima de tudo, enraizada em intenções coletivas.
5-             A cultura em especial, a ideologia não encorajam tanto as mudanças estratégicas quanto a perpetuação da estratégia existente.

          A cultura age como um filtro que estabelece a relação das pessoas com as premissas das decisões por elas tomadas, também influencia um estilo de pensar, assim como na organização ela influencia o uso da analise para a formulação da estratégia.
          Crenças e valores criam objetos e esses criam e esses criam e moldam as crenças e valores, dessa forma a cultura é o compartilhamento que um grupo cria com o tempo, isso é desenvolvido através de atividades sociais, quando trabalham juntas entre outras atividades relacionadas a grupo.
          O grande “porém” desta escola é que ela explica com fácil entendimento o que já existe, e não cuida de questões como o de que pode vir a existir, ela parece ser mais aplicável em certo período da vida de uma empresa, um período de reforço, onde a cultura pode ser conduzida a compreender ou a reformular a estratégia.
         
Escola ambiental:

          Essa escola trata de um conjunto de forças externas da organização chamada de ambiente, a organização é predefinida a reagir com o ambiente, onde a leva além dos limites da administração estratégias, posicionando o ambiente como uma das três forças centrais.
          O ambiente em si costuma a ser tratado como uma força vaga, do lado externo da organização. Em muitas pesquisas a escola ambiental prove da chamada de teoria da contingência, a qual relata reações do ambiente com atributos que é exclusivo de uma organização, assim quanto mais calmo era o ambiente externo, melhor seria a estrutura interna.
          Muitos estudos feitos apresentam uma conclusão que as opressões políticas e ideológicas traduzidas pelo ambiente podem reduzir a opção das estratégias organizacionais.
          O autor menciona as premissas desta escola sendo:

1-             O ambiente apresentando-se á organização como um conjunto de forças gerais, é o agente central no processo de geração de estratégia.
2-             Durante seu período formativo, a organização molda-se em resposta ao ambiente, mas depois se torna cada vez mais incapaz de reagir a ele.
3-         A sobrevivência da organização no longo prazo depende das escolhas iniciais feitas durante o período de formulação.
4-      No decorrer do tempo, a liderança torna-se cada vez menos capaz de influenciar o desempenho e a capacidade de sobrevivência da organização.
5-             As organizações que sobrevivem ás pressões pela sobrevivência acabam aglomerando-se em nichos ecológicos distintos, onde tendem a compartilhar tecnologias, produtos e estilos administrativos semelhantes.

          A escola ambiental encontra sua força na ecologia popular, estudada por grandes estudiosos, onde seu principal foco no mundo organizacional, é que a organizações surjam através de aprendizados ou adaptações. Nessa escola seus estudiosos veem a organização na mesma forma que os biólogos veem os animais a serem estudados.
          Os estudos dela direcionam ao tempo em que aumentam ou diminuem as chances de sobrevivência de uma empresa. Muito foi criticada essa escola, dizendo que é necessário criar argumentos que necessitam de um horizonte de longo tempo.
          Aqui o ambiente forma-se de interações entre os fornecedores, os clientes e os agentes governamentais e seus concorrentes, ao longo do tempo isso constitui conjuntos cada vez maiores e mais complexos, para conhecer todas essa dimensão precisa-se de tempo para entender a organização e seu ambiente externo.

Escola de configuração:

          Essa escola de configuração desperta dois aspectos o primeiro sendo as diferentes dimensões de uma organização onde se organizam para definir modelos ou tipo ideias de estratégias. O segundo é como é feito a sequencia destes estados para definir estágios, períodos e ciclos de vidas organizacionais.
          A escola de configurações foi chamada de escola de agrupadores pelo fato de veem o mundo de forma clara e precisa, porém a teorização não é comum, os estudiosos gostam de estudar períodos distintos na historia.
           As premissas desta escola de configuração são:
1-             Na maior parte das vezes, uma organização pode ser descrita em termos de algum tipo de configuração estável de suas características.
2-             Esses períodos de estabilidade são ocasionalmente interrompidos por algum processo de transformação.
3-             Esses estados sucessivos de configuração e períodos de transformação podem se ordenar ao longo do tempo em sequência padronizada, por exemplo, descrevendo ciclos de vida de organizações.
4-      A chave para a administração estratégica é sustentar a estabilidade ou, no mínimo, mudanças estratégicas adaptáveis marginalmente, na maior parte do tempo, mas reconhecer periodicamente a necessidade de transformação a ser capaz de gerenciar esse processo de ruptura sem destruir a organização.
5-             O processo de geração de estratégia pode ser de concepção conceitual ou planejamento formal, análise sistemática ou visão de lideranças.
6-    As estratégias resultantes assumem a forma de planos ou padrões, posições ou perspectivas, u meios de iludir, porém mais uma vez cada um há seu tempo e adequado a sua situações.
          Assim a escola de configuração veio trazer ordem para o mundo da estratégia, principalmente para as suas enormes literaturas e práticas. A mesma é um processo de transformação onde as organizações são percebidas como configurações ou agrupamentos coerentes. Com o objetivo de transformar uma organização a mesma deveria pular de uma configuração para outra e nesse momento aconteceria a mudança.


   CONCLUSÃO
      

O processo estratégico representa o resultado de muitos estudos e penosos aprendizados organizacionais. Em fim o planejamento e um processo que formula estratégias organizacionais no qual procura a colocação da organização no ambiente que ela atua e está ligada ao plano de médio e longo prazo que afeta a viabilidade da empresa.
Podemos inferir que o objetivo das estratégias é aumentar o nível de competitividade da organização priorizado pela necessidade ou expectativa do mercado onde atua, integrando as todas as áreas de uma organização, para facilitar a obtenção do objetivo estratégico da empresa.
No Safari da Estratégia, observamos que a formulação da estratégia em si, é muito complexa, é uma indicação que não depende só da vontade intuitiva e um aprendizado que resulta em transformações, mas sim de uma série de fatores envolvidos dentro de um mesmo contesto de informações e decisões relevantes.


                          
      REFERÊNCIA

Chiavenato, Idalberto, Planejamento estratégico: fundamentos e aplicações. Idalberto Chiavenato, Arão Sapiro, Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.

Novais, Pedro Uma estratégia chamada, Planejamento estratégico, Rio de Janeiro, 7 letras, 2010.

Lima Junior, Pedro de Novais, Uma estratégia chamada "planejamento estratégico”: deslocamentos espaciais e a atribuição de sentidos na teoria do planejamento urbano. Rio de Janeiro: 7letras, 2010.

Mintzberg. Henry, Bruce Ahlstrand, Joseph Lampel, Safári de estratégia: Um roteiro pela selva do planejamento estratégico, Porto Alegre, Bookman, 2010.

Oliveira, Djalma de Pinho Rebouças de Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e praticas São Paulo: Atlas, 2004.

Thompson Junior, Arthur A. Planejamento estratégico: elaboração, implementação e execução. Arthur A. Thompson Jr., A. J. Strickland III; trad. Francisco Roque Monteiro Leite. São Paulo: Pioneira, 2004.

Thompson Junior, Arthur A. Planejamento estratégico: elaboração, implementação e execução . Arthur A. Thompson Jr., A. J. Strickland III; trad. Francisco Roque Monteiro Leite. São Paulo: Pioneira, 2003.

ARRABAL, Alejandro Knaesel. Modelo de paper. Disponível em: <http://www.praticadapesquisa.com.br/2010/09/modelo-de-paper.html>. Acesso em: 09 de outubro de 2011.

Wikipédia. Análise SWOT Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/An%C3%A1lise_SWOT>. Acesso em: 09 de outubro de 2011.

2 comentários:

  1. Cris, seu blog está de parabéns, para quem começou agora então não se fala, está excelente.Esta é uma ótima ideia.
    Beijos e até.

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  2. Obrigada, de coração... beijos até mais

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Pessoal comentem, aguardo suas criticas e opiniões.